quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

raiva .



Um pouco de raiva não me fará mal. Há frutos que apodrecem por excesso* de doçura.

Fabrício Carpinejar


abraçar sem dor .



A dor numa caixinha embaixo dos meus pés e eu mais alta pra poder te abraçar sem dor, perto da sua nuca e por um segundo(...) E eu quero ir até você e te dizer que eu sei que você desmaia quando faz exame de sangue. E como eu gosto de você por isso. E como eu queria tirar todo meu sangue em pé pra você jamais cair. E como eu gosto de você por causa do e-mail que você mandou pro seu amigo com problemas. Como gosto quando você lembra de alguém e precisa demonstrar naquela hora porque tem medo da frieza das suas distrações (...)
Essas suas delicadezas em detalhes dormem e acordam comigo. Acariciam e perfuram meu peito vinte e quatro horas por dia. Uma saudade dos mil anos que passamos, ou das três semanas. A loucura de gostar tanto pra tão pouco ou simplesmente a loucura de tanto acabar assim. Fora tudo o que guardei de você, me restou a consideração que você guardou por mim. Sua ligação depois, quando me encontra. Sua mão estendida. Sua lamentação pela vida como ela é. Sua gentileza disfarçada de vergonha por não gostar mais de mim. A maneira que você tem de pedir perdão por ser mais um cara que parte assim que rouba um coração. Você é o mocinho que se desculpa pelo próprio bandido. Finjo que aceito suas considerações mas é apenas pra ter novamente o segundo. Como o segundo do meu nariz na sua nuca quando consigo, por um segundo, te abraçar sem dor. O segundo do seu nome na tela do meu celular. O segundo da sua voz do outro lado como se fosse possível começar tudo de novo e eu charmosa e você me fazendo rir e tudo o que poderia ser. O segundo em que suspiro e digo alô e sinto o cheiro da sua sala. Então aceito* a sua enorme consideração pequena, responsável, curta, cortante. Aceito você de longe. Aceito suas costas indo. ;x



Não funcionamos diferente: é possível guilhotinar os amores do passado ou (menos radical) apagar* seus números de nosso celular, é possível até queimar fotografias -embora dificilmente sacrificaremos* aquele desenho que compramos juntos, num sábado, na praça Benedito Calixto. De qualquer forma, mais que a lembrança, os rastros do passado sempre assombram o presente e o futuro. Quando decretamos novos* começos, ilusórios ou não, nem por isso conseguimos apagar nossa história: podemos apenas contá-la mais uma vez, quem sabe revisá-la ou corrigi-la, para pior ou para melhor.


De todos os homens que conheço o mais sensato é o meu alfaiate.Cada vez que vou a ele, toma novamente as minhas medidas. Quanto aos outros, tomam a medida apenas uma vez e pensam que seu julgamento é sempre do meu tamanho .

George Bernard Shaw


”- Seja como for - disse o Espantalho-, eu vou pedir um cerébro em vez de um coração; porque um bobo não ia saber o que fazer com um coração se tivesse um.
-Pois eu vou pedir um coração - replicou o Lenhador de Lata. - Porque um cerébro não torna uma pessoa feliz; e a felicidade é a melhor coisa do mundo.
Dorothy não disse nada, porque ela estava intrigada* em descobrir qual de seus novos amigos estava certo
(L. Frank Baum in O Mágico de Oz)



E eu me faço a mesma pergunta [...] ;/

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011


Quando o amor é falso, a mágoa* é tão grande
que você o trai amando justamente a falta dele.

A maneira que você tem de pedir perdão por ser
mais um cara que parte assim que rouba um coração.
Você é o mocinho* que se desculpa pelo próprio bandido.


Não quero. Ele é chato, mala. Sai daqui, garoto. Daqui a pouco ele vai precisar de mim ou eu vou precisar dele. E seremos mais um casal. E se eu quiser ficar desfacelada num canto e ele sofrer com isso? E me ameaçar, como todos*, dizendo que vai deixar de me querer só porque sou assim, tão incapaz de querer? Ele vai descobrir. Eu estou morta. Ele vai descobrir. Eu morri há muitos anos quando era para eu ter morrido. Por isso não acendo a luz, minhas plantas são um pouco secas e murchas, minha casa é rachada, bagunçada, suja, mal assombrada. Não quero planejar*, sair da cidade, ter um filho, conhecer seu melhor amigo, ver suas fotos, largar esse cigarro maldito, cuidar dos meus dentes, colocar perfume, fazer um exame de saúde. Não quero. Porque eu estou morta.(...)
Ele é só mais um tentando me salvar.
Ele pergunta o que eu tenho. E então começa o festival de sempre. Tenta me alegrar e eu ignoro. Tenta me emocionar e eu ignoro. Se fecha e eu ignoro. Me enche de beijos e eu reclamo. Me deixa, me deixa. Ele desiste e desaba no meu sofá. Ele não sabe o que fazer. É o desfecho grandioso da crueldade do meu personagem. O momento em que deixo claro que a pessoa quase* conseguiu. Você tinha tudo pra me dobrar. Mas você não conseguiu. Balanço a medalha na frente dele pra depois dizer que nunca ninguém chegou tão perto de usá-la. E então, lanço o caralho da medalha pra puta que pariu. Ouvimos o som dela se espatifando longe e para sempre. O garoto vai embora se achando um lixo. ;~


Mas quer saber? Eu também não quero mais te amar.
 
 
 
.


Odeio essa hipocrisia masculina. Se eles falam mil vezes
que querem te ver é tesão e você não pode se assustar,
mas se você falar uma única vez que quer vê-los,
é porque você é uma mala* que está "misturando sentimentos".
E eles podem se assustar. Que preguiça desse planetinha
dos macacos e suas bananas . ¬¬


“É isso. So queria ser amada*. Só isso.
Precisa casar comigo não, precisa me engravidar não.
Basta me olhar assim, basta morrer de rir* comigo.
Basta me ler, me decifrar,
ser intenso nesse minuto. Vamos todos morrer meus amores,
vamos então morrer sabendo que demos vida a alguém.”
 

Tati Bernardi


“Você sabe que seriam bons amigos, bons parceiros, bons inimigos, mas você prefere ser a garota dele. E sabe que serão importantes na história um do outro para sempre, independentemente de tudo que estiver pra acontecer. Porque ele não é só um cara. Você não quer mais só um cara. E ele é tudo que você quer hoje.''

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O amor é outra coisa .



O amor não faz você enxergar além do que se vê.
O nome disso é luneta. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te deixa fissurado e te leva a cometer loucuras.
O nome disso é crack. O amor é outra coisa

O amor não é aquilo que entra na sua vida e muda tudo de lugar.
O nome disso é empregada nova. O amor é outra coisa.

Amor não é aquilo que deixa o coração comprometido.
O nome disso é lesão do miocárdio. Amor é outra coisa

O amor não faz você cantar pro mundo inteiro ouvir.
O nome disso é culto evangélico. O amor é outra coisa.

O amor não é aquilo que te ajuda a segurar a barra.
O nome disso é instrutor de academia. O amor é outra coisa.

Amor não é encontrar na felicidade de outrem a própria felicidade.
O nome disso é golpe do baú. Amor é outra coisa

O amor não é aquilo que te proporciona uma nova vida. 
O nome disso é reencarnação. Amor é outra coisa

O amor não é feito de altos e baixos.
O nome disso é montanha russa. O amor é outra coisa.

O amor não te faz perder a cabeça.
Isso é a cirurgia da Ariadna. Amor é outra coisa.

O amor não deixa tudo mais florido.
O nome disso é adubo. O amor é outra coisa

O amor não faz você descobrir o valor de uma relação.
O nome disso é prostituta. Amor é outra coisa.

O amor não dá valor às pequenas coisas.
Isso é cleptomania. O amor é outra coisa.

O amor não nos torna mais felizes.
O nome disso é Prozac. O amor é outra coisa.


.
HAHA .

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011



Sinto sua falta. Mas é uma falta diferente*.
Não dói. Não machuca. Mas falta.


Eu queria, de verdade, colocar dentro de
um saco as três perguntas
"Por quê?", "Pra quê?" e "Até quando?"
e pedir para uma criança bem fofa, bem pura e bem
feliz fazer aquela brincadeira de encher,
encher, encher, até estourar*.


Passamos a vida inteira ouvindo os sábios conselhos dos outros.
Tens que aprender* a ser mais flexível tens que aprender
a ser menos dramática, tens que aprender a ser mais discreta,
tens que aprender...
praticamente tudo.
Mesmo as coisas que a gente já* sabe fazer,
é preciso aprender a fazê-las melhor, mais rápido, mais* vezes.
Vida é constante aprendizado*.
A gente lê, a gente conversa, a gente faz terapia,
a gente se puxa pra tirar nota dez no quesito "sabe-tudo".
Pois é. . . 
E o que a gente faz com aquilo que a gente pensava que sabia?
As crianças têm facilidade para aprender . .
[...] Mas nós* já temos arquivos demais no nosso winchester cerebral.
Para aprender coisas novas, é preciso antes deletar arquivos antigos.
E isso não se faz com o simples* apertar de uma tecla.
Antes de aprender, é preciso dominar a arte de DESAPRENDER*.
Desaprender a ser tão sensível*, para conseguir vencer
mais facilmente as barreiras que encontramos no caminho.
Desaprender a ser tão exigente consigo mesmo,
para poder se divertir* com os próprios erros.
Desaprender a ser tão coerente*, pois a vida é incoerente
por natureza e a gente precisa saber lidar* com o inusitado.
Desaprender a esperar* que os outros leiam nosso pensamento:
em vez de acreditar em telepatia,
é melhor acreditar no poder da nossa voz.
Desaprender a autocomiseração:
enquanto perdemos* tempo tendo pena da gente mesmo,
os demais seguiram em frente.
A solução* é voltar ao marco zero.
Desaprender para aprender.
Deletar para escrever em cima.
Houve um tempo em que eu pensava* que, para isso,
seria preciso nascer de novo, mas hoje sei* que dá pra renascer
várias vezes nesta mesma vida.
Basta desaprender o receio de MUDAR* ;D



Basta um não para nascerem em mim todos os "sins".



 Homem que repara em celulite acaba gostando mais de bunda de homem.

tati b.


o segredo para nao sofrer tanto* ,
é não esperar aquilo
que as pessoas não são .


mais difícil é saber
  que é verdadeiro e não poder sentir.
  ver que o outro sente o mesmo, mas não é por ti!
  e ter que esconder, e não poder demonstrar
  mentir pra você*, fazer o outro acreditar..

Nenê usa mijão. Homem deveria usar cagão.


tati b.

"Tenho pensado se não guardei indisfarçáveis remendos das muitas quedas*.Embora sempre os tenha evitado, aprendi que minhas delicadezas nem sempre são suficientes para despertar* a suavidade alheia, e mesmo assim Insisto"


"Tem dias que eu visto minha fantasia de otária. Não é nada além de um kit composto de um sorriso de largura 7 cm e um olhar como se alguém tivesse jogado um tubinho de purpurina em você."

.

Eu sei o que você pensa quando olha pra mim. Talvez se eu fosse mais comportada, falasse mais baixo e não chamasse tanta atenção. Talvez se eu bebesse um pouco menos, te desse menos trabalho e não fosse tão do agora. Talvez se eu não tivesse chegado tão perto, nem te tocado tão fundo, nem sido tão eu... talvez haveria alguma possibilidade.

Porque me dá vontade de ser bom, de ser como eu sou de manhã,
quando não tenho raiva* de ninguém.

Deus está chamando os modelos masculinos 1979/1990 para recall.
Falta o coração.


tati b.
adaptado.


Amar é o combustível da vida.
O problema é que eu só encontro posto adulterado.


tati b.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011


[...] mas tô nem aí de me explicar ou convencê-lo do contrário.
Morro de rir. Se eu o amasse, sentaria no chão e começaria a chorar.
Por favor! Goste de mim! Por favor!

E eu lá, sendo adorada por ele, justamente porque não o adoro mais.
Ô vidinha filha da puta.
No final do dia, a frase que eu temia. “Quer fazer alguma coisa amanhã?”.
Eu sabia. Toda mulher feliz e equilibrada deixa saudades. Mas eu não queria.
Eu só queria amar alguém, com toda a tristeza e desequilíbrio que vem
junto com isso, e continuar deixando saudades.
Quando dizem que namoro ou casamento ou qualquer relacionamento mais
sério não pode dar certo, eu discordo. O que definitivamente não dá certo,
ao menos para mim, é se apaixonar. Agora, que graça tem fazer qualquer
coisa da vida sem estar apaixonada? Ô vidinha filha da puta.

Eu limpei minhas mensagens, eu deletei meus emails, eu matei meus recados, eu estrangulei minhas esperas, eu arregacei as minhas mangas e deixei morrer quem estava embaixo delas. Eu risquei de vez as opções do meu caderninho, eu espremi a água escura do meu coração e ele se inchou de ar limpo, como uma esponja.

Eu vou continuar vendo você em todos esses crápulas* que fingem ser você para vulgarizar* o meu amor. Eu vou continuar cheirando você em todos esses suores fugazes que me querem num conto pequeno. Eu vou continuar lendo a nossa história em contos pequenos.Cadê você que some a cada som que não me procura? Cadê você que parece ser e nunca é porque desaparece no cansaço das relações?
O meu amor acaba por todos, a minha espera cansa por todos, a minha raiva ameniza por todos. Mas a minha fé por você cresce a cada dia.

"Entre idas e vindas me resumo feliz.
Entre altos e baixos me resumo equilibrada.
Sendo assim, tá na cara e não tem pane:
ando meio mal mas vou sair dessa. "


" Pode me colocar de lado. Desde que seja ao seu. "


.


Bonito burro tá melhor que feio inteligente.
Conversar eu converso com o meu cachorro.

tati b.

. . . Brigando diariamente com a parte sádica* do peito.

Vou fazer algo melhor do que ficar no computador. 1...2...3...voltei.
(a tv tá ruim, o livro tá chato, o homem tá burro e chocolate engorda)


tati b.


o pior mala é o que se acha uma louis vuitton.


tati b.

“Quero ter alguém com quem conversar.
Alguém que depois não use o que eu disse contra mim
 
Renato Russo

"O que se pode prometer. — Pode-se prometer atos, mas não sentimentos; pois estes são involuntários. Quem promete a alguém amá-lo sempre, ou sempre odiá-lo ou ser-lhe sempre fiel, promete algo que não está em seu poder; mas ele pode prometer aqueles atos que normalmente são consequências do amor, do ódio, da fidelidade, mas também podem nascer de outros motivos: pois caminhos e motivos diversos conduzem a um ato. A promessa de sempre amar alguém significa, portanto: enquanto eu te amar, demostrarei com atos o meu amor; se eu não mais te amar, continuarei praticando esses mesmos atos, ainda que por outros motivos: de modo que na cabeça de nossos semelhantes premance a ilusão de que o amor é imutável e sempre o mesmo. - Portanto, prometemos a continuidade da aparência do amor quando, sem cegar a nós mesmo, juraremos a alguém amor eterno."

(Friedrich Nietzsche, in Humano, Demasiado Humano)


Uma urgência inadiável de ser feliz. Ser feliz agora, já, imediatamente.

caio f. abreu


"Engraçado, eu não gosto do meu quarto em si - das paredes, dos móveis -, mas gosto demais das coisas que posso ver pela janela. Das coisas que estão fora dele, porque o que está aqui dentro eu acho muito parecido comigo. E eu não gosto de mim. Ou gosto*? Não sei. Talvez pareça não gostar justamente porque gosto muito, e então exijo demais do meu corpo, e as coisas erradas que ele faz - são tantas! - me fazem detestá-lo. A gente sempre exige mais das pessoas e das coisas que quer bem, as que queremos mal ou simplesmente não queremos, nos são indiferentes*."

O pior é que depois de todas as encenações*, todas os choros, os apelos calados, as desejos feitos na tentativa de obter algum êxito ... Você cansa . Acostuma-se * .



.

'...Estou aberto e sabendo muito bem quem sou e o que pretendo* — sem ilusões enlouquecidas, a não ser as necessárias pra se curtir uma boa.''

"...como é triste lembrar do bonito que algo* ou alguém foram quando esse bonito começa a se deteriorar irremediavelmente."

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011




A recaída de amor acontece como num daqueles pesadelos que se está caindo. De repente você acorda sentado na cama: Meu Deus, eu preciso saber! Mas se eu já estava tão bem há semanas. Volte a dormir, volte a dormir. Você já tinha decidido lembra? Nada a ver com você, chato, bobo, não deu certo. Mas eu preciso saber. Não, não precisa. Pra quê? Vai te machucar. Não! Eu preciso saber. Então levanto da cama.


E cada hora eu quero uma coisa. E no fundo eu não quero porra nenhuma. Talvez só encher um pouco o saco, provocar, ser expulsa do peito de todo mundo porque não agüento morar nesses lugares obscuros* que são os outros e suas más intenções disfarçadas*.


(...) assim eu poderia continuar gostando de você.
Eu gostar de você só é um mérito se eu puder ir junto.

Deus fez o homem e a mulher para se completarem.
Ela com total propensão à loucura,
ele com total propensão a enlouquecer alguém.


Sim, ele era encrenca, das boas.
Eu sabia o que estava fazendo, ele também.
(...) Apesar do desprendimento*, eu me enganava o tempo todo.


"Coca-cola também desentope o que tá entalado na garganta?"

tati b.